Passados mais de trinta séculos,
o invicto povo helénico sofre agora as represálias da destruição da cidade de
Eneias. Não há agora entranhas equestres, nem mil artimanhas odisseicas que
salvem aquele país duma verdadeira tragédia à sua maneira clássica.

As terras romanas,
fundadas pela geração de Eneias, também já estão a ferro e fogo do Cerberus
atual; esse protagonista da Eneida fugiu da Troia que foi destruída
pelos gregos; agora a nova Troi(k)a vem destruir, não só os gregos e latinos,
mas também todos os que beberam “a água do Parnaso”, isto é, todos os que se
inspiraram na poesia e cultura desse país onde está situado esse monte. É
irónico vermos o berço da democracia, da cultura e da civilização ser atacado
com tanto desdém.
Como é que
esta história acaba? Uns dirão que andaremos mais uns anos como Ulisses a
navegar sem rumo certo, outros continuarão a culpabilizar a ninfa Calípsocras,
outros ainda auguram que está para chegar uma nova perestroika, outros,
por fim, acham que o salvador será D. Sebastião, “quer venha, ou não”…
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