Para os romanos, a primavera
era o primeiro verão, visto que terminava o período invernio,
que dificultava as guerras. De facto, era em março que recomeçavam os combates,
depois de tréguas em tempo de frio e chuva. Homenageava-se o deus Marte,
inicialmente considerado o deus da vegetação, uma vez que era nesse mês que a
vegetação brotava.
Posteriormente,
começou a associar-se esse mês ao deus da guerra, porque era nessa altura que
as condições climatéricas melhoravam e propiciavam o recomeço das batalhas.
Era, aliás, uma forma de se começar o ano, na antiga Roma. Março era o primeiro
mês do ano no calendário de Numa Pompílio; vejam-se os meses de setembro,
outubro, novembro e dezembro, que eram o 7º, 8º, 9º e 10º
mês, respetivamente. Foi Júlio César que acrescentou, em 45 a.C., os restantes meses
ao calendário. Inicialmente foram colocados no final com os nomes unodecembris e duodecembris, mas posteriormente colocaram-se para o
início do ano com os nomes Januarius e Februarius.
O equinócio [aequa + nox
= noite igual (ao dia)] da primavera celebra também o regresso de Prosérpina
à terra. Esta tornou-se deusa do submundo depois de ter sido conduzida ao Hades
e ter quebrado o jejum do mundo dos mortos, comendo aí uma romã. Apesar da sua
mãe Ceres, deusa da agricultura e dos cereais, ter suplicado a sua libertação
do mundo inferior, Júpiter conseguiu que Plutão permitisse que Prosérpina
passasse metade do ano com a sua mãe; a outra metade teria de ser passada com o
seu marido.
O
contentamento de Ceres ao rever a sua filha faz com que toda a natureza
floresça e se torne fértil. Por sua vez, quando em setembro regressa para junto
do seu marido, a tristeza da sua mãe faz esmorecer a natureza. Assim é o ciclo da primavera
em oposição ao inverno.
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