sábado, 21 de março de 2020

A origem da primavera


Para os romanos, a primavera era o primeiro verão, visto que terminava o período invernio, que dificultava as guerras. De facto, era em março que recomeçavam os combates, depois de tréguas em tempo de frio e chuva. Homenageava-se o deus Marte, inicialmente considerado o deus da vegetação, uma vez que era nesse mês que a vegetação brotava.
Posteriormente, começou a associar-se esse mês ao deus da guerra, porque era nessa altura que as condições climatéricas melhoravam e propiciavam o recomeço das batalhas. Era, aliás, uma forma de se começar o ano, na antiga Roma. Março era o primeiro mês do ano no calendário de Numa Pompílio; vejam-se os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, que eram o 7º, 8º, 9º e 10º mês, respetivamente. Foi Júlio César que acrescentou, em 45 a.C., os restantes meses ao calendário. Inicialmente foram colocados no final com os nomes unodecembris e duodecembris, mas posteriormente colocaram-se para o início do ano com os nomes Januarius e Februarius.
O equinócio [aequa + nox = noite igual (ao dia)] da primavera celebra também o regresso de Prosérpina à terra. Esta tornou-se deusa do submundo depois de ter sido conduzida ao Hades e ter quebrado o jejum do mundo dos mortos, comendo aí uma romã. Apesar da sua mãe Ceres, deusa da agricultura e dos cereais, ter suplicado a sua libertação do mundo inferior, Júpiter conseguiu que Plutão permitisse que Prosérpina passasse metade do ano com a sua mãe; a outra metade teria de ser passada com o seu marido.
O contentamento de Ceres ao rever a sua filha faz com que toda a natureza floresça e se torne fértil. Por sua vez, quando em setembro regressa para junto do seu marido, a tristeza da sua mãe faz esmorecer a natureza. Assim é o ciclo da primavera em oposição ao inverno.

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